As quedas na terceira idade são as principais causas de morte acidental em pessoas com mais de 65 anos. Estima-se que 30% das pessoas acima dessa faixa etária sofrem quedas ao menos uma vez por ano no Brasil. A lesão acidental é a sexta causa de mortalidade em pessoas de 75 anos ou mais. A queda é responsável por 70% dessa mortalidade.
As estimativas apontam índices alarmantes, já que, em 2025 nosso país poderá contar com 31,8 milhões de habitantes com 60 anos ou mais, e ocupará o 6° lugar no mundo em contingente de idosos.
Sabe-se que cerca de 60% das quedas ocorrem em casa, durante as atividades diárias e 25% delas são resultantes de “perigos domésticos”, como pisos escorregadios, pouca luminosidade e disposição inadequada de móveis. O trajeto quarto-banheiro, principalmente a noite, é considerado o de maior risco na moradia.
Os distúrbios do equilíbrio estão entre os principais fatores de risco que originam quedas na população idosa. Com o envelhecimento, ocorre um desgaste nas estruturas do labirinto, causando a tontura, que é uma das situações que mais limita a vida do idoso. A tontura pode acometer indivíduos em todas as idades, sendo mais freqüente na terceira idade.
Cerca de 20% das pessoas, com mais de 60 anos, apresentam comprometimento nas suas atividades diárias em função dos desequilíbrios. Além de trazer uma limitação social e física ao indivíduo, as tonturas podem levar às quedas com fratura que vêm apresentando importância crescente nesta população.
Além disso, a fratura leva à hospitalização muitas vezes prolongada, o que predispõe o paciente a adquirir outras enfermidades, que podem agravar doenças já existentes e facilitar o surgimento de outras complicações. A queda tem relação causal com 12% dos óbitos na população geriátrica. Além disso, gera custos elevados aos serviços de saúde. Naqueles que são hospitalizados em decorrência de uma queda, o risco de óbito no ano seguinte à hospitalização varia entre 15% e 50%.
A incidência das quedas e a severidade da lesão causada por elas aumentam com a idade. Enquanto alguns fatores de risco para a queda não podem ser mudados, como o envelhecimento, outros podem ser facilmente eliminados ou reduzidos. Esse é um dos principais focos da Campanha Nacional de Prevenção a Quedas de Idosos (www.sbotologia.com.br/campanhaquedas) criada pela Sociedade Brasileira de Otologia com o objetivo de melhorar as atividades de prevenção das quedas, a fim de interromper a cadeia de eventos antes de sua ocorrência e/ou minimizar os efeitos nocivos subseqüentes.
Abaixo seguem algumas orientações para ajudá-lo a reconhecer os riscos para sua segurança e a fazer modificações simples para reduzir as chances de cair dentro de sua própria casa.
1. Orientações gerais
• Estar atento ao risco de queda e às suas conseqüências
• Mantenha-se em dia com sua avaliação médica geral
• Não deixe de se alimentar (não pule refeições)
• Use óculos se você necessitar deles, mas remova os de leitura ao caminhar
• Não corra para atender ao telefone ou à campainha
• Não deixe caixas, brinquedos, livros, jornais, roupas e calçados no chão
• Conserte o assoalho se houver tábuas soltas
• Mantenha os números de emergência (de hospitais, pronto socorro, ambulância etc.) e de parentes ou amigos bem ao lado do telefone
• Evite usar roupas muito compridas
• Prefira se vestir sentado ao invés de em pé, para manter o equilíbrio
• Coloque ponteira de borracha na bengala para evitar que escorregue
• Manter as unhas dos pés bem aparadas
2. Escadas
• Providencie iluminação suficiente para enxergar todos os degraus
• Instale corrimão em ambos os lados e segure neles
• Evite piso escorregadio ou coloque um carpete preso nos degraus
• Instale interruptor de luz no início e no topo da escada
• Não carregue nada ao subir ou descer escadas
3. Banheiro
• Coloque tapete antiderrapante ao lado da banheira
• Utilize um distribuidor de sabão líquido ao invés de sabonete solto
• Instale corrimão na banheira e nas paredes do banheiro
• Coloque adesivos antiderrapantes na banheira
• Utilize um assento firme de plástico na banheira
• Tenha iluminação adequada e deixe uma luz acesa a noite
• Não tranque a porta do banheiro
4. Cozinha
• Evite guardar alimentos e utensílios em locais altos
• Evite subir em cadeiras ou bancos
• Limpe imediatamente o chão ao derramar algo
• Evite usar cera no chão
• Retire tapetes
5. Sala
• Disponha a mobília de modo a deixar espaço livre para circulação
• Remova mesas baixas, racks, plantas
• Retire fios elétricos ou fios de telefone do chão, não os coloque debaixo do tapete
• Não sente em sofá ou cadeira muito baixos
• Elimine cadeira de balanço ou redes
6. Quarto
• Remova tapetes e fios do chão
• Instale iluminação noturna no caminho para o banheiro
• Utilize cama de altura adequada. Antes de se levantar, sente-se na cama e certifique-se de que não está tonto
• Deixe o telefone próximo à cama
• Instale interruptor de luz próximo à cama
• Feche as gavetas
7. Calçados
• Evite usar saltos
• Evite sola lisa, sola espessa
• Coloque adesivo antiderrapante na sola
• Amarre firme o cadarço
• Utilize calçado firme no pé, evite chinelo
• Utilize calçadeira para auxiliar a colocar o sapato
8. Se cair
• Não tente se levantar rápido
• Avalie a situação e assegure-se de que não houve ferimento
• Tente deslizar ou arrastar-se ao longo do chão até uma cama ou sofá para apoiar-se e tentar levantar apoiando com as duas mãos nesta superfície. Se não for possível, solicite ajuda aos familiares ou chame a unidade de emergência local.
O tratamento médico associado às medidas preventivas de queda pode melhorar muito a qualidade de vida do idoso, oferecendo a ele maior segurança nas suas atividades diárias.
Dra Raquel Mezzalira, médica otorrinolaringologista e uma das coordenadoras da Campanha Nacional de Prevenção a Quedas de Idosos.
Corpo clínico do Hospital Santa Sofia.
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